Absolute Zero - Crashing Icons - Progbrasil

Absolute Zero

Estados Unidos
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Titulo: Crashing Icons
Ano de Lançamento: 2000
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Renato Moraes em 24/04/10 Nota: 9.0

 

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

Em abril de 2010, Enrique Jardines faleceu, ele era o baixista e força propulsora do Absolute Zero. Essa resenha já publicada anteriormente é uma homenagem à sua memória. A resenha foi feita a partir de um CDR (pré-mix) que eu ganhei do Enrique em 2000. O CD teve uma tiragem independente e depois foi lançado oficialmente pela Recommended Records, com capa diferente.


O Absolute Zero é um trio formado nos EUA por músicos de grande gabarito: Enrique Jardines (baixista, mestre em composição pelo Conservatory at Brooklyn College), Aislinn Quinn (tecladista, mestre em composição pelo California Institute for the Arts) e Paul Rogers (baterista). No final dos anos 70, Enrique mudou-se para a Inglaterra, onde conheceu e tocou com músicos da cena Canterbury, tais como Dave Stewart, Phil Miller e Alan Gowen, entre outros. Este último ficou encantado com o estilo vigoroso de Enrique (lembrando Guy Segers, do Univers Zero, e até mesmo Jannick Top, do Magma) e tinha projetos de gravar com ele, vindo entretanto a adoecer e a falecer antes de conseguirem levá-los a cabo. Voltando para os EUA, formou no final dos anos 80 o Absolute Zero, por onde inúmeros músicos passaram até a gravação de um CDEP, “Alive in the Basement”, lançado em 1999. Logo em seguida Paul saiu da banda, e para preencher sua lacuna Enrique chamou seu colega Pip Pyle (ex-Hatfield and the North, National Health, In Cahoots, Gong), que prontamente aceitou o convite. O novo CD “Crashing Icons”, gravado entre 1999 e 2002, é composto por quatro longas faixas, e além do trio citado, conta com a participação de Keith Hedger (trumpete) e Jim Stewart (percussão). Aislinn Quinn, além de ser uma excelente tecladista, é dona de uma linda voz, que nos remete a uma mistura de Barbara Gaskin, Suzane Lewis e Dagmar Krause, muitas vezes processada por vocoder e outros aparatos eletrônicos. O som da banda é naturalmente influenciado por National Health e Soft Machine, com alguns toques de R.I.O. e de improvisação livre, e o resultado final é impressionante. O disco é aberto pela faixa “Barred Cross”, onde Pip desfia uma de suas execuções mais energéticas já ouvidas. A composição lembra algo como um Henry Cow/National Health power trio, com momentos líricos muito bonitos, marcados pelos vocais de Aislinn, que não fica atrás dos rapazes em energia e criatividade nos solos de teclado. A faixa seguinte (“Further On”) se inicia com uma sequência muito interessante de marimbas sobre um fundo de baixo, seguida pela entrada da bateria e teclados, evoluindo para uma peça vigorosa, com uma admirável interação entre Enrique e Pip. “Stutter Rock” é a terceira composição, um jazz-rock com um solo de trumpete que nos faz lembrar a fase elétrica do Miles Davis dos anos 90, entremeado por seqüências sincopadas e quebradas de tirar o fôlego. O CD é concluído por “You Said”, que se inicia introspectiva, viajante e meio “alucinógena”, desenvolvendo-se em seguida para passagens com improvisos intercalados com canções contendo elementos de rock’n’roll, tango e música espanhola. O álbum ainda não foi oficialmente lançado, mas está nas fases finais de produção gráfica – tendo para isso a ajuda de Chris Cutler – e muito em breve estará disponível no mercado.

1.Bared Cross (13:47)
2. Further On (20:43)
3. Stutter Rock / You Said (11:49)
4. Suenos Sobre Un Espejo (16:46)

- Aislinn Quinn / teclados, vocais, percussão (4)
- Enrique Jardines / baixo, percussão (4)
- Pip Pyle / bateria, percussão
convidados:
- Keith Hedger / trompete, percussão (4)
- Jim Stewart / percussão (2,4)
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