Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo
4 Visions foi gravado em 1979 e lançado originalmente como cassette e trás as primeiras gravações da banda francesa Eskaton. A primeira edição em CD veio pela finada gravadora sueca Ad Perpetuam Memoriam (APM), quase impossível de se encontrar hoje e trazia uma faixa bônus, Le Cri, do terceiro disco da banda, chamado Icare, nunca lançado. Essa reedição foi supervisionada pela banda e teve nova transferência a partir da fita mestre (master tape) e foi remasterizada por Udi Koomran, o engenheiro de som israelense que tem trabalhado com algumas das mais interessantes bandas de progressivo de vanguarda do momento (Present, 5uus, Xing Sa). A capa é nova e feita por Thierry Moreau. Uma super dose de Zeuhl direto no cérebro.
As faixas originais são quatro: Eskaton, Attente, Écoute e Pitié; e ainda temos mais quatro faixas bônus: Les Chutes Du Sanzu, La Horde, La Nuit e Le Gros Délire. Nas quatro faixas originais, todas entre 8 e 13 minutos, a banda ataca com sua música pós-atômica, que na verdade é puro Zeuhl. Eskaton é devastadora, começa e termina com energia massacrante. Sintetizadores analógicos, Fender Rhodes, vocais femininos, ritmos alucinantes, baixo e bateria pesados. Isso é o que lhe espera. Eskaton é uma das melhores composições da banda, com a gravação da bateria com estéreo incrível. Attende é apresentada em sua versão original, pois ganha arranjo diferente no primeiro Lp da banda, intitulado Ardeur. Atmosferas apocalípticas, com um vento lancinante no início da faixa até o ataque dos sintetizadores, vocais e guitarra; baixo e bateria prontos para a batalha, frases em repetição dos vocais, pontilhados pelo piano elétrico. Écoute parece ser a única faixa calma do CD, começando com vocais femininos, sem acompanhamento, até a guitarra entrar seguida da esmagadora sessão rítmica. Uma diferença do Magma é o uso dos sintetizadores para fazer efeitos eletrônicos e ruídos aqui e ali. Muito bom, mas o melhor é o seu desenvolvimento em crescendo, com solo de guitarra e final propulsivo e aniquilador. Pitié é calma e trás algum sossego, com desenvolvimento inebriante, caleidoscópico de grande beleza. Isso dura só até a metade da faixa, quando o jogo dos vocais começa a se intensificar, o ritmo fica mais pesado, os ruídos estridentes se fazem notar e a força da música também. Isso é Eskaton com o melhor do Zeuhl! A nova transferência e a masterização de Udi deram ganho e riqueza à música, com melhor definição dos detalhes de todos os instrumentos, com som orgânico, visceral e retumbante.
Le Cri foi usada como faixa bônus do segundo Lp, Fiction e não aparece aqui, mas é substituída por quatro faixas inéditas. Le Gros Delire é a única de Icare, mas as outras faixas devem ser das mesmas sessões de gravação, feitas em 1985. Nessas faixas a banda ainda tem os ritmos propulsivos, mas o uso dos sintetizadores efeitos espaciais dão algo de space rock para elas; algo trance, space e viajante. As faixas são interessantes, mas não tão boas quanto as quatro faixas originais do cassette, mas são bastante interessantes como material adicional.A melhor de todas é Le Gros Delire.
Um dos melhores discos de bandas Zeuhl não relacionadas diretamente com o Magma.
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