Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo
One Shot, quarteto francês que três dos seus músicos são/foram do Magma, todos participam de vários projetos variados, incluindo jazz, jazz-rock, Zeuhl, nu-jazz, world music, entre outros estilos. A banda foi formada no final dos anos 1990 e lançou seu primeiro CD, auto-intitulado, com tiragem de 500 cópias. O CD é excelente, mas só 500 sortudos é que puderam descolar a preciosidade. Agora o selo Soleil Zeuhl lança Reforged, que nada mais é que o primeiro CD remasterizado e com uma faixa bônus. Nos trabalhos seguintes a influência Zeuhl ficou muito forte, mas no primeiro trabalho, abanda tem maior influência de bandas de jazz-rock dos anos 1970, e para os meus ouvidos a maior referência para esse trabalho é o Belive It do The New Tony Williams Lifetime, mas a alam dos discos da fase elétrica de Miles Davis e o som da Mahavishnu Orchestra se fazem presentes. Isso se deve ao fato do uso de muito piano elétrico, com timbre muito parecido com o de Alan Pasqua, o baixo é súbito e fica meio que de segundo plano, mas com marcação muito criativa, na mesma linha do Tony Newton. James McGaw tem o estilo muito diferente de Allan Holdsworth, mas é um excelente guitarrista e nos presenteia com excelentes solos. Daniel Jeand heur tem certa influência do mestre Tony e manda muito bem na bateria. O fraseado conjunto do piano elétrico com a guitarra, com várias frases curtas e rápidas é outra coisa que me lembra o som do Believe It. São sete faixas, em que o diálogo entre teclados e guitarra é que define a levada das faixas, todas com muita energia, com levadas de jazz-rock dos anos 1970. Eu acho o período mais criativo da banda. O CD abre com MDM, jazz-rock rapidão e talvez, as distorções da guitarra no início da faixa sejam a única referência Zeuhl, mas a composição é ótima. Monsieur G apresenta uma das mais belas entradas e o som do baixo aqui me lembra bastante Bill Laswell. O solo de guitarra em 33 é matador, enquanto que a levada do piano elétrico ao fundo arrebenta. One Shot é a faixa que leva o nome da banda e o início tem a levada de De Futura,só que com swing, meio funk e preguiçosa, enquanto o piano faz belo solo, enquanto o som vai evoluindo de maneira bela, para ouvir em sala enfumaçada e com um belo Bourbon. Le Main Du Diable é diabolique, começando com muita adrenalina e a guitarra é quem comanda. Un Jour dans l Est é a única faixa original contemplativa e calma, com o piano comandando no início, enquanto os pratos vão soando em estéreo até abanda toda ir aparecendo, mas é praticamente um longo solo de piano elétrico acompanhado pela banda. Riff Fantom fechava o CD original, sendo uma das faixas mais energéticas da banda e também desse CD, com o baixo muito pesado, Fender Rhodes com muita distorção e guitarra poderosa destruindo e alucinando até o fim. Fleuve é a faixa bônus e é a mais calma e bela. O CD foi gravado numa só tacada (One Shot), em um só dia, sem overdubs, tudo direto. Recomendação máxima.
Philipppe Buissonnet – baixo
Emmanuel Borghi – teclados
James Mac Gaw – guitarra
Daniel Jeand heur – bacteria
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