Obra-prima, irretocável
Se alguém me oferecesse para ouvir uma banda que mistura elementos de downtown jazz, hip-hop, rock progressivo, eletrônica e chamber rock eu não iria acreditar que poderia dar algo de interessante e bom disso. No meio do ano passado recebi alguns arquivos do dono da Cuneiform Records com uma frase: what do you think? Muito bom você ouvir algo muito bom sem ter ideia alguma do que é! A primeira faixa abre com batida eletrônica e vibrafone, com o som expandindo com toda a banda, com banjo, guitarras, cordas etc, em algo que é moderno, tem gosto de country de vanguarda, post-rock, com belas orquestrações das cordas, violino e cello, com o vibrafone fazendo as vezes dos teclados. Simplesmente impressionante! Respondi com um simples: UAU!!! O que é isso? The Cellar and Point! O som é uma colisão de Tortoise, Jaga Jazzist, Bill Frisell, Bela Fleck, Nels Cline Singers e Yugen. A ausência de teclados possibilita destaque para essas cordas, violino e cello, que são sempre combinadas com banjo, guitarra ou violão, dando suavidade e riqueza ao som. Bateria e baixo marcam os ritmos de forma sensacional, com peso e sem serem agressivos em demasiado. No entanto quando necessário, o peso aparece nos remetendo a som clássico da Mahavishnu Orchestra, Soft Machine ou Allan Holdsworth, como em Tabletop. O uso de contrapontos das cordas e a interação entre bateria e vibrafone são pontos especiais dessa banda, além das belas melodias que sempre evoluem de belíssimas harmonias para contextos bastante complexos. A maior parte das composições e dos arranjos é da dupla Christopher Otto e Joseph Branciforte, que definem a própria música como garage chamber rock. Além das composições originais eles executam composições de Anton Webern e György Ligeti, com arranjos e resultados tão bons que elas se mesclam às suas composições de modo perfeito. No topo da minha lista de melhor de 2014.
1. 0852
2. Arc
3. Tabletop (a)
4. Tabletop (b)
5. Ruminant
6. Purple Octagon
7 Funf Canons I, op. 16
8. Etude xv
9. White Cylinder (a)
10. White Cylinder (b)
11. Ambit
Joe Bergen: vibrafone
Christopher Otto: violin, viola
Kevin McFarland: cello
Terrence McManus: guitarra
Christopher Botta: violão e banjo
Rufus Philpot: baixo
Joseph Branciforte: bateria, piano, moog, melodica
James Ilgenfritz – baixo (3, 4, 5)
Mariel Roberts – cello (8)
Greg Cudzik – baixo acústico (9)
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