Obra-prima, irretocável
A formação do “Strands Of The Future” é Jacques Roman(teclados e baixo), Victor Bosch(bateria), Gilbert Grandil(guitarra e vocais) e Roland Richard(Flauta). Álbum clássico, um dos mais importantes do prog francês, porém é daqueles que precisamos entrar no clima. Esse trabalho do Pulsar não bate de primeira, a qualquer hora e em qualquer lugar. É necessário ter atenção para perceber os diversos detalhes que o grupo imprime na obra, se for o caso, colocar de cara em fones de ouvido, porque depois que entrar no clima, o negócio é bom demais.
A primeira música é de cara uma suíte desconcertante que intitula a obra “The Strands Of The Future”, extremamente climática, melancólica, com muito violão e teclados, aliás os teclados são qualquer coisa, realmente excelentes. Possui várias passagens distintas, com grandes variações de melodia. Importante destacar a bateria também que quebra e vira o tempo inteiro e com a sutileza exata nos momentos de anticlímax.
O Pulsar faz o tipo de som que agrada aos fãs do Pink Floyd nos trabalhos mais viajantes, mais espaciais e psicodélicos.
“Flight” possui destaques para os teclados e bateria que formam um dueto maravilhoso, enquanto os outros instrumentos fazem a cozinha com grande harmonia, até à entrada em cena dos solos de flautas que são arrasadores. Grande música para ouvir e reouvir diversas vezes, apesar de ter curta duração.
“Windows” possui logo na introdução a característica marcante do grupo,teclados, violões e vocais belos e melancólicos. Tipo de som que tempos depois a banda italiana Ezra Winston usou em larga escala.
A última música do álbum é a que eu mais aprecio – “Fool´s Failure” – novamente laureada com muitos teclados e violões, porém aqui os vocais são mais emotivos e agressivos e a bateria dá um show à parte, principalmente nos momentos de solo dos teclados, que não são poucos até desaguar num grande momento psicodélico com um solo de guitarra que rasga a alma. Toda vez que ouço essa música descubro uma série de detalhes e acredito mais ainda que definitivamente não é o tipo de álbum para se ouvir de qualquer jeito. Porém, para aqueles que não se acostumarem logo de início a dica que dou é para prestarem atenção na bateria, na minha opinião Victor Bosch é um dos melhores bateristas do progressivo francês e não faz feito perto de outros grandes nomes como Pierre Morlen e Jean-Lou Besson.
Abraços.
Gibran Felippe |
|