Ótimo trabalho, disco de cabeceira
Info : as 4 primeiras músicas foram gravadas em 1989, e contam com Mark Law na bateria. As demais, foram gravadas em 1986 e 1987, e é Paul Alwin que está na bateria.
Muito antes do clássico álbum More Than Meets the Eye, de 1992, o Jadis, ao contrário do que a maioria do público pensa, já estava na ativa, fazendo shows em toda a Inglaterra, com ótima recepção por parte do público.
Era a segunda metade dos anos 80. A banda, nesta época, tinha uma formação diferente, na qual apenas o vocalista e guitarrista Gary Chandler já figurava, ao lado de 3 membros menos conhecidos : Pete Salmon nos teclados, Trevor Dawkin no baixo, e Paul Alwin na bateria (depois subtituído por Mark Law).
O som da banda, nesta época, era mais light, e com mais inclinação pop, embora já tivesse um apelo progressivo. A impecável guitarra de Gary já aparecia, embora de forma mais contida, já que o enfoque da banda nestes primeiros anos era nas melodias mesmo.
E que melodias! O repertório da banda nessa época era de um frescor irresistível. Imaginem um disco de progressivo bom para se ouvir no caminho para a praia. Conseguiu imaginar ? Bem, o som do Jadis nessa época era bem assim.
Este disco é composto por gravações feitas pela banda em 1986, 1987 e 1989, antes da sua inesperada separação, bem no momento em que se encontrava em ponto de bala para lançá-lo, com seus shows lotados, e uma expectativa a rondando.
Da separação, restou apenas Gary, que levaria alguns anos até conseguir colocar a banda de pé novamente, com uma formação totalmente nova. Daí, culminou na gravação do clássico More Than Meets the Eye, em 1992.
Este disco foi lançado um pouco depois da dissolução da banda original, e foi produzido por Steve Rothery, guitarrista do Marillion, banda da qual os músicos eram amigos, e da qual chegaram a abrir vários shows (durante a turnê do Clutching at Straws).
Steve fez um belo trabalho, e as faixas soam limpas e agradáveis ao ouvido, apesar dos poucos recursos que teve na época. O disco abre com This Changing Face, uma deliciosa melodia, levada em um simples dedilhado de guitarra, com um teclado fazendo a base no fundo, para uma suave interpretação vocal de Gary, intercalando com alguns solos melódicos de sua guitarra.
Follow me to Salzburg é no mesmo estilo, outra bela melodia. Scratching the Surface é um pouco mais agitada, com alguns solos de guitarra e teclado, e uma melodia mais lenta no refrão.
O lado 1 do vinil encerra com a lenta e bela Taking Your Time, sempre com uma delicada cama de teclado, e algumas incursões de guitarra "chorada", com a melodia calcada na voz de Gary.
Abrindo o lado 2, a música mais conhecida : G13, que mais tarde apareceria em More Than Meets the Eye. Aqui, esta música tem uma levada mais light, bem no estilo dessa formação da banda, embora o arranjo seja muito semelhante, inclusive com os mesmos belos solos de guitarra.
Em Out of Reach, o ritmo é mais acelerado, e há grande presença dos solos de guitarra, excelentes por sinal. A melodia vocal é que, porém, tem um apelo mais pop.
O apelo pop segue nas duas últimas músicas : as boas Don't Keep me Waiting e In the Dark.
Para os puristas, este não é um álbum que eu recomende. Essencialmente pop-rock, com poucos vôos progressivos. Mas para quem curte belas melodias, e quem curte a banda, eu recomendo efusivamente. Trata-se de um dos melhores discos da carreira do Jadis, com um frescor incrível nas músicas, que praticamente não apareceria mais nos discos deles.
É uma grande relíquia. Este disco não chegou a ser lançado em cd. Porém, pode ser encontrado como cd bônus de uma reedição recente do More Than Meets the Eye. |
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