Gostei, mas poderia ser melhor
A idéia deste disco começou logo após a turnê do guitarrista David Gilmour, que tinha lançado seu disco solo intitulado "About Face". O outro líder do Pink Floyd tinha lançado a seu comando o que era pra ser o último disco do Floyd, "The Final Cut", em 1983, e estava excursionando com Eric Clapton divulgando seu trabalho solo " The Pros & Cons of Hitchhiking". Roger Waters então cedeu uma entrevista dizendo que o Pink Floyd havia acabado, e que nada mais será lançado. David Gilmour e Nick Mason, contradisseram a afirmação de Waters e disseram que a banda ainda existe.
A partir daí inciou-se uma tremenda confusão entre David Gilmour e Roger Waters. Nick Mason ficara ao lado de Gilmour lutando pela permanência do Floyd. O tecladista Richard Wright teria sido mandado embora por Roger Waters nas gravações do disco "The Wall" e não tinha participado de "The Final Cut", portanto ficando de fora da discussão. A briga foi parar na justiça e Gilmour queria continuar com o nome Pink Floyd. Roger Waters alegava que este nome pertencia a ele, já que ele compôs a maiora das letras da banda e detinha , portanto, maiores direitos sobre as músicas. Além destas divergências, Gilmour e Waters tinham várias outras; desde pontos de vistas diferente sobre religião, política e filosofia , até time de futebol. A briga estava ficando feia.
Em 1985, Gilmour e Mason vencem a batalha judicial, e começam a gravação do novo disco do Pink Floyd. Richard Wright é chamado para ajudar os dois nos teclados, mas ainda não seria efetivado como membro da banda. Isso só aconteceria anos mais tarde, no ultimo disco de estúdio da banda, "The Division Bell" de 1994.
Em 1987 é lançado mundialmente o novo disco da banda, intitulado " A Momentary Lapse of Reason" (Um Momentâneo Lapso de Razão), contendo somente dois integrantes originais da banda: David Gilmour, nos vocais e guitarra e Nick Mason na bateria. O disco foi lançado embarcado numa tremenda campanha de Mkt, e conseguiu vender bem, apesar das severas críticas por parte da imprensa e dos fãs mais antigos da banda. O Floyd tinha mudado. Roger Waters desde "Dark Side of the Moon" era a força propulsora da banda, e sem ele Gilmour se sentiu meio perdido nas composições novas, principalmente no que diz respeito às letras. Isso reflete na quantidade de músicos de suporte que foram chamados para gravar junto com o Floyd, foram cerca de 15!! Entre eles, Phil Manzarena, Jon Carin, Bob Ezrin e até o baixista famoso Tony Levin. Para a turnê foi chamado para subsituir Roger Waters o competente, mas desconhecido Guy Pratt, que também participou das turnês do The Division Bell, anos mais tarde. O disco é o mais pop da banda, com baterias eletrônicas, musicas curtas e mais fáceis de serem aceitas pelas rádios, mas mesmo assim é um disco de extrema qualidade. Era como se fosse outra banda.
Várias faixas deste disco viraram hits como " Learning to Fly", " On the Turning Away" e "Sorrow" e elas foram tocadas em todas as 200 apresentações que o Floyd fez para divulgar o trabalho, durante os anos de 88, 89 e 90, fechando a turnê participando do Festival Knebworth, junto com diversas bandas, como Genesis e Paul McCartney. O disco não estourou como "Dark Side", "The Wall" ou até mesmo "Wish You Were Here", mas a turnê foi um tremendo sucesso. Shows abarrotados, marcados por estádios lotados e ingressos que se esgotavam em meia hora. O disco era tocado quase na íntegra, e assim, Momentary Lapse of Reason se tornou também famoso, apesar da ser o mais pop da banda e assim, não conseguir agregar os fãs mais fervorosos, que curtiam Shine On, Echoes e Dogs. Mas com o tempo, tudo que é Floyd é bom. E assim, a banda conseguiu aos poucos, mostrar que a proposta do disco é boa, e que não dava para fazer algo melhor sem o gênio Roger Waters e após sair de uma conturbada briga judicial com o ex-companheiro.
O clima do novo Pink Floyd já é sacado na música de abertura, "Signs of Life", instrumental curto, mas com o arranjo melódico , principalmente do teclado que iria permear o disco. Além dos hits citados, vale ressaltar algumas faixas como "One Slip" que apesar de ser a mais pop do disco é uma musica de muita qualidade, e a fantástica "Terminal Frost", instrumental que coloca o saxofonista Scott Page como protagonista da faixa. Talvez a mais progressiva do disco. |
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