Discoteca básica, fundamental
Provavelmente uma maiores pérolas escondidas do progressivo nacional,ao escutar e re-escutar esse trabalho de 1998 fico tomado por uma certa imcompreensão,afinal somente uma péssima divulgação e distribuição poderiam ser responsáveis pelo baixo impacto causado por esse lançamento.
Trata-se de um trabalho homogêneo,e que quase parece uma grande suíte,tal a coesão existente entre as faixas.Os temas basicamente aludem à natureza,seja no tocante à exaltação,ou mesmo à preservação,sempre com bom gosto e tratados de forma indireta pelos inspiradíssimos vocais de Calê,dono de um timbre suave e agradável que nos remete a alguns bons vocalistas do progressivo Italiano, que conseguem ser eficientes e emocionantes na medida certa.
O disco é predominantemente instrumental e mesmo nas faixas com vocais os solos são sempre longos e bem estruturados,com diversas mudanças de andamento e retomadas da melodia principal.
O trabalho das guitarras merece atenção especial,tanto nos acompanhamentos como nos timbres utilizados que lembram bastante a técnica do grande Mario Millo do não menos grande "Sebastian Hardie".
Outro aspecto a ser salientado é a presença da flauta nas primeiras músicas,as interveções sempre fazem contraponto,ora em relação às melodias,ora retomando as mesmas em momentos de solo de outros instrumentos,junto com os teclados(digitais mas se utilizando de timbres analógicos de hammond e mellotron) acaba formando um perfeito "pano de fundo" para as composições da banda,curiosamente essa associação remete diretamente a outra grande banda,trata-se do espanhol "Crack-Si todo Hiciera",existe grande similaridade na estrutura das composições.
Sem dúvida fica a sensação de que a banda tinha todo esse material represado por anos,tal é a qualidade e a eficiência com que exploram todos os temas.
A gravação é de boa qualidade e o encarte tras todas as letras em português e inglês,além de alguns desenhos e arte gráfica computadorizada de gosto duvidoso. |
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