Obra-prima, irretocável
Antes de mergulhar definitivamente no som progressivo sinfônico-espacial que o caracterizaria em sua fase seguinte, o grupo alemão Eloy (nome inspirado no livro "A Máquina do Tempo", de H.G.Wells) gravou três discos bastante focados no hard rock, a saber: Eloy (1971), Inside (1973) e Floating (1974). O som do Eloy desta época era caracterizado por longas jams instrumentais com nítida proeminência de órgão Hammond e guitarra e algumas influências de bandas como Uriah Heep, Pink Floyd, Nektar e Jane.
Inside, segundo trabalho da série, é um exemplo perfeito dessa sonoridade tipicamente hard progressiva dessa primeira fase do Eloy. A faixa de abertura, "Land of No Body", com 17 minutos de duração, pode ser tranqüilamente categorizada como uma boa faixa progressiva, com alternâncias entre momentos mais hard e passagens bem viajantes, proporcionadas por ótimas intervenções de órgão e guitarra, apresentando interessantes reminiscências de Nektar e Pink Floyd (inclusive uma parte da música contendo ecos de sonar bem na linha do épico floydiano "Echoes"). A faixa título do disco (2) inicia-se com toques de pratos alternados entre os canais direito e esquerdo, em seguida órgão, guitarra, baixo e vocais, depois progredindo para passagens mais hard. "Future City" (faixa 3) começa mais compassada para, em seguida, entrar numa cadência mais forte e, finalmente, numa incrível e alucinante seção rítmica, com ótima presença de guitarra e percussão. Excelente imagem estéreo e definitivamente um dos pontos altos deste trabalho. "Up and Down" (faixa 4) é outro destaque do álbum, lembrando bastante o Nektar e o Jane, com ótima presença de órgão (bastante proeminente nesta faixa) e guitarra, além de excelente trabalho da seção rítmica também.
Recomendo bastante a aquisição da edição remasterizada, que além de apresentar uma qualidade técnica excepcional também contém duas faixas bônus: "Daybreak" e "On the Road". Estas faixas são ainda mais ritmadas, a primeira com marcante presença de guitarra e a segunda com proeminência de órgão.
As letras são todas em inglês e, como é do conhecimento de todo fã do Eloy, os vocais do Bornemann são carregados de um forte sotaque germânico, mas isso não chega absolutamente a comprometer a experiência que é escutar um disco dessa magnífica banda. |
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