Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo
No ano de 2000, a banda gaúcha Apocalypse embarcou para os Estados Unidos com a nobre missão de ser o primeiro grupo da América do Sul a realizar um show num dos eventos mais prestigiados da cena progressiva mundial, o ProgDay, tal fato devidamente anunciado na introdução do show que culminou com esse registro em cd.
A formação do Apocalypse nessa ocasião era: Ruy Fritsch(guitarras), Chico Casara(vocais e baixo), Chico Fasoli(bateria) e Eloy Fritsch(teclados), diga-se de passagem, uma formação que marcou época no progressivo nacional, com o lançamento de pelo menos dois discos de alto nível: "Perto do Amanhecer" e "Aurora dos Sonhos", que numa dicotomia com o nome do grupo, abordavam uma temática de louvor à Terra, onírica e muito intimamente ligada à América do Sul.
O show inicia-se com uma surpreendente versão rock de 'Oh Fortuna', abertura da 'Carmina Burana' emendando numa resumida, mais extremamente vibrante versão da música "Último Horizonte", já prenunciando o grande espetáculo que estaria por vir, para alegria do público americano.
A partir desse ponto temos um autêntico desfile de clássicos do grupo, com destaques para "Terra Azul", "Jamais Retornarei", "Corta" e uma pérola do primeiro e raro álbum - "Miragem". Chico Casara consegue imprimir uma dramaticidade em "Corta" que possibilitou uma versão excelente, superior inclusive à de estúdio e os teclados do Eloy em "Terra Azul" estão um verdadeiro aço.
Entretanto, a música que mais curto dessa apresentação é "A Paz da Solidão", desde a introdução até o último acorde, a banda brinda a platéia com uma levada incrível, aqui vale ressaltar que o Apocalypse é uma das raras bandas de progressivo nacional que também se qualifica pelas belas letras, como podemos perceber nessa composição:
"Quando palavras transformam-se em lágrimas Não existe lugar pra viver Nem lugar pra ficar Quem quer voar, mas não sabe Quem quer sonhar, mas não dorme Encontra a paz na solidão"
Diria que "Live In USA" é o melhor trabalho do Apocalypse e pode figurar, sem exageros, entre os melhores trabalhos ao vivo de bandas brasileiras e recomendo com tranquilidade para todos que curtem um bom progressivo, com fartura de teclados e uma boa guitarra, já que aqui temos o registro de uma apresentação memorável e mesmo já tendo o privilégio de assistir três apresentações do grupo, nenhuma delas se comparou a essa performance.
Ainda destaca-se na edição nacional desse cd uma mídia em cd-rom com várias informações interessantes e um clip de "Jamais Retornarei". |
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