Locanda Delle Fate - Forse le lucciole non si amano più - Progbrasil

Locanda Delle Fate

Italia




Titulo: Forse le lucciole non si amano più
Ano de Lançamento: 1977
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Demetrio em 14/02/07 Nota: 10.0

 

Discoteca básica, fundamental

Responsável por um dos melhores discos de todo o progressivo italiano, o Locanda Delle Fate teve sua origem a partir do encontro de três músicos (Oscar Mazzoglio, Luciano Boero e George Gardino) que tocavam em bares e boates da região de Piemonte, em meados dos anos 70. Tendo começado a compor músicas próprias, eles foram pouco a pouco arregimentando outros integrantes até finalmente gravarem seu disco de estréia, após haverem estabelecido contato com Niko Papathanassiou (que, para quem ainda não reconheceu o sobrenome, é irmão do famoso tecladista grego Vangelis), o qual ficou absolutamente fascinado com a música do grupo, tendo o disco sido originalmente lançado pela Polygram italiana, em 1977.

Este é um trabalho absolutamente impecável da primeira à última faixa, unindo com muita originalidade e incrível maestria belíssimas melodias a complexas e inesperadas estruturas rítmicas (marca registrada no som do LDF), numa perfeita interação harmônica de todos os instrumentos. Afinal são dois tecladistas, dois guitarristas, sete músicos ao todo, mas o que se nota claramente é que ninguém acaba se sobressaindo em relação aos demais, ou seja, existe uma perfeita alquimia entre todos eles. A primeira faixa, por exemplo (a única do disco que é completamente instrumental), começa com ótima participação de grand piano, evoluindo na seqüência para brilhantes performances de todos os demais instrumentistas. É bem verdade que grand piano e flauta parecem ter presença bastante marcante ao longo de todo o álbum, mas no geral o que se nota é realmente um belíssimo equilíbrio instrumental em todas as faixas. As performances de guitarras são muito parecidas com o estilo típico do Steve Hackett (Genesis) e a partir da segunda faixa temos ainda a participação do excelente vocalista Leonardo Sasso, com sua voz extremamente marcante e emotiva.

Para aqueles ávidos por comparações com outras bandas, apesar da dificuldade em estabelecer comparações no presente caso (dado o ótimo nível de originalidade deste grupo), eu diria que o som do LDF me lembra eventualmente uma deliciosa mistura de PFM e Maxophone com alguns dos primeiros trabalhos do Genesis. Àqueles colegas já familiarizados com as bandas Alusa Fallax e Genfuoco (igualmente italianas), eu diria que existe bastante similaridade também.

Difícil apontar faixas favoritas em um disco tão maravilhosamente coeso e equilibrado como este, mas eu destacaria com especial ênfase as músicas "A volte un istante di quiete", "Forse le lucciole non si amano più", "Profumo di colla bianca", "Sogno di Estunno" e "Vendesi saggezza" como algumas das minhas prediletas.

Uma grande pena que a banda tenha iniciado carreira justamente numa época de total declínio para o rock progressivo em geral (segunda metade dos anos 70), de maneira que, a despeito do enorme potencial do grupo, não houve condições reais de continuidade de seu trabalho, tendo a banda, após uma curta turnê, encerrado atividades. Em 1999 a banda voltou a reunir-se para a gravação de um segundo disco (Homo Homini Lupus), o qual não tive ainda a oportunidade de checar mas que, a julgar pelos comentários que eu tenho lido, fica bem distante do brilhantismo do trabalho de estréia.

Minha nota: 10,0 (com merecido louvor!!!)
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