Fantástico, vai rolar direto no meu som
Esse 4º álbum do Finisterre mostra uma mudança no som da banda. Em La Meccanica
Naturale, os músicos resolveram investir mais em partes experimentais, mesclando com
o já conhecido e bom prog sinfônico executado em outros CD's. Porém, essa mudança só
fez bem ao som do quinteto italiano, que deu um toque personalizado no seu som, ora
deixando-o mais melancólico, ora deixando-o mais "roqueiro".
Exemplos dessas guinadas estão nas canções "La Perfezione" que é belíssima (sendo
que aos exatos 3:25 entra um solo de teclado de Boris Valle que quase leva este
resenhista às lágrimas, tamanha a sua beleza e introspecção), trazendo um clima
melancólico como raras vezes vi num disco de rock progressivo. Por sua vez "La
Maleducazione" é quase um rock and roll, com passagens absolutamente roqueiras,
sendo uma das mais interessantes do CD.
"La Mia Identita'", Il Volo (com Stefano Marelli solando a lá David Gilmour no final
da música), "Lo Specchio" e "Ode Al Mare", com o mellotron de Agostino Marcor
fazendo de cama acolchoada para os solos viajantes e as passagens de violão
interessantíssimas de Stefano também devem ser registradas e são canções excelentes.
"La Ricostruzione Del Futuro" é tão grudenta que o refrão fica na nossa cabeça por
bastante tempo (La ricostruzione del futuro è um problema di atmosfera)
Mas sem dúvida o destaque vão para as canções instrumentais, onde realmente o
Finisterre desfila toda a sua categoria. "Rifrazioni" é simplesmente hipnotizante. É
uma música tão sensacional, por suas vozes desconexas, pelos solos de uma espécie de
trompete (quem souber o instrumento correto, me ajude, por favor), pelo piano sempre
presente de Boris Valle. Sensacional!
E fechando com chave de ouro, a melhor música do CD, daquelas que valeriam o meu, o
seu suado dinheirinho se apenas ela estivesse no álbum: "Incipt". A introdução de
piano é matadoramente linda. A parte que se segue com a bateria e a guitarra num
ritmo nervoso, com mais uma vez o mellotron servindo de cama acolchoada é
sensacionalmente linda. Os solos de teclado e guitarra num clima totalmente
atmosférico e experimental são realmente sensacionais, enfim...essa música valeria o
CD inteirinho, sem nenhum exagero por parte deste que vos escreve.
Enfim, temos em "La Meccanica Naturale", um Finisterre extremamente inspirado, que
produziu o seu melhor álbum nessa sua curta (mas belíssima) carreira. |
|