Ótimo trabalho, disco de cabeceira
Da mesma forma que o álbum predecessor, Hemispheres foi gravado no Rockfield Studio na Grã Bretanha pelo engenheiro Pat Moran, dessa vez sozinho, sem a participação de Terry Brown que assume de vez a co-produção e também a participa dos arranjos, conforme informa a ficha técnica do trabalho.
Coincidência ou não, é justamente na questão dos arranjos que a banda mais evolui em relação a A Farewell To Kings, parece que o grupo carecia de uma segunda opinião, apesar de na forma e estilo, seguirem exatamente os passos do trabalho anterior.
O álbum começa com a segunda parte de Cygnus X-1 (book II), suíte em seis partes e que pela primeira vez na carreira da banda apresenta uma longa faixa com alguma coesão, se não são perfeitamente ligadas ao menos apresentam idéias musicais que se sucedem, muitíssimo superior à primeira parte, apenas Geddy Lee novamente compromete, seu vocal é demasiado emotivo e exagerado, destoando daquilo que a composição pedia. As duas faixas seguintes, Circunstances e The Trees, funcionam bem, com interessante uso dos pedais de baixo(Taurus) e solos de guitarra mas na verdade são apenas o prelúdio para o que viria a seguir: A instrumental La Villa Strangiato com seus sinos, violões flamencos e acordes de moog que preparam a evolução para o melhor momento guitarrístico da carreira de Alex Lifeson, o riff é pegajoso, envolvente e empolgante, o solo é esticado, bluesado e inspirado, como desde o primeiro álbum não ouvíamos, chama a atenção de qualquer um, até o menos atento, não há como descrever, só ouvindo mesmo, e muitas e muitas vezes !
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