The Third Ending - The Third Ending - Progbrasil

The Third Ending

Australia
http://http://www.thethirdending.com




Titulo: The Third Ending
Ano de Lançamento: 2007
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Cesar Lanzarini em 23/10/07 Nota: 8.0

 

Ótimo trabalho, disco de cabeceira

Trabalho inaugural deste grupo australiano (talvez o Spock's Beard de lá). Os vocais são muito bons e no mesmo timbre de Geoff Tate (Queensryche). A alternância de andamentos acústicos e elétricos e a utilização de elementos diferenciados como o megafone no vocal torna a audição deste CD uma experiência gratificante, já que os solos de guitarra (ateção para Coming Around) misturadas com passagens de violão são muito felizes. Destaque para uma música totalmente instrumental com muito Hammond. Este CD me lembrou o Rush mais Hard Prog. Destaque para a balada Can Your Hear Me, que termina com um lindo solo de guitarra (boa musica, sem duvida).
Revisto por Sergio El Kadi em 03/05/07 Nota: 9.0

 

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

A grande maioria das principais bandas que fizeram sucesso no mundo progressivo a partir do fim da década de 80 e início da década de 90 derivaram seus sons de outras bandas progressivas, adicionaram elementos não chamados de progressivos até então e criaram seu próprio som.

Citarei aqui três exemplos. O Dream Theater misturou o power metal do fim da década de 80 a composições longas e estruturas típicas do progressivo tradicional dos anos 70 com o uso de teclados, o que, aliado à extrema competência de seus músicos, fez com que a banda se tornasse o principal expoente do chamado prog-metal.

O Porcupine Tree se influenciou do prog psicodélico do Pink Floyd e o misturou com o som mais depressivo do Radiohead, o que, aliado a belas melodias vocais, a um som típico do metal moderno e à extrema competência do Steven Wilson e seus comparsas, fez com que a banda se transformasse no principal expoente do progressivo atual.

O Spock's Beard em vários momentos lembra as estruturas de bandas clássicas do progressivo dos anos 70 (Gentle Giant, Genesis e Yes me parecem as influências mais evidentes), misturando todas essas características numa banda única, o que, aliado a guitarras distorcidas típicas do grunge do início dos anos 90 e à extrema competência e carisma do Neal Morse, fez com que a banda se transformasse em uma das principais responsáveis por mais um renascimento do progressivo tradicional.

Não se pretende aqui incluir uma tese sobre o desenvolvimento do progressivo atual ou enaltecer as bandas citadas e outras que não foram citadas. O que se pretende demonstrar é o que está descrito no primeiro parágrafo, ou seja, que bandas são influenciadas por outras e que, se forem bastante competentes, acabam criando sua própria identidade. Por isso, ressalto que as características que assinalei acima sobre as três importantes bandas representam apenas e tão somente minhas opiniões sobre as mesmas, e não tenho a pretensão de concluir o assunto ou de estabelecer tais opiniões como verdades absolutas.

De qualquer forma, você que lê esta humilde resenha deve estar se perguntando o motivo de eu citar estas três bandas que derivam de outras. Eu devolvo a pergunta: independentemente de concordar ou não com minhas opiniões, consegui despertar sua atenção ao citar estas três bandas? Se consegui, é provável que esta resenha seja de seu interesse.

The Third Ending, disco de estréia de mesmo nome da banda australiana (mais precisamente da Tasmânia) é um álbum que deriva de outras bandas. Mais especificamente, do som do Dream Theater, ao incluir alguns trechos de prog-metal (caso da ótima instrumental "Tungsten Blues" e de trechos da suíte final); do som do Porcupine Tree, ao incluir sons mais eletrônicos, progressões com belos solos e melodias mais depressivas (casos de "Eleven", "Back Home", "Can You Hear Me?" e de trechos da suíte final); e do Spock's Beard, ao incluir órgão e belas melodias vocais que grudam na cabeça aliadas ao som de pianos e violões em arranjos muito bem pensados (caso de "Can You Hear Me?"), e ao incluir uma suíte dividida em várias partes (caso da suíte final, cuja estrutura remete a "The Healing Colours of Sound", que vai de "Fingerprints" até "Fingerprints (reprise)", e que conta com um refrão revisitado em outro arranjo), isso sem falar nas ótimas melodias vocais e no timbre do vocalista Nick Storr, que lembra o do Neal Morse.

O que chama muito a atenção no disco é que essas derivações são evidentes e mesmo assim o resultado final é excelente, assim como nos discos das bandas das quais o The Third Ending deriva. Isso acontece ao meu ver por um motivo quase óbvio: a banda mistura suas várias influências em uma mesma música, o que parece simples, mas raramente isso é executado com tamanha competência porque exige enorme esforço de composição para não se tornar meramente derivativo, e é isso o que confere à banda uma identidade própria, exatamente como feito anteriormente pelas grandes bandas que a influenciaram.

Não há uma única música neste disco que não seja no mínimo boa, e por isso é difícil encontrar destaques, o que é um ótimo sinal. Este álbum é daqueles que deixam o ouvinte viajando e querendo mais, o que é um enorme feito para um disco de estréia. Fica aqui a torcida para que esses caras mantenham esse nível nos discos seguintes, porque o primeiro já é um disco de gente grande e talentosa como há muito tempo eu não ouço.
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