Alec K. Redfern and the Eyesores - The Blind Spot - Progbrasil

Alec K. Redfern and the Eyesores

Estados Unidos




Titulo: The Blind Spot
Ano de Lançamento: 2007
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Renato Moraes em 27/11/07 Nota: 9.0

 

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

A música de Redfern é uma minhas mais novas descobertas e que tem me agradado muito. Alec K. Redfern and the Eyesores, uma continuação da banda Amoebic Ensemble, lança seu sexto CD, The Blind Spot, com núcleo de sete músicos que conta com a participação de mais oito convidados. A instrumentação é diversa contendo acordião, harpa, guitarras, manipulações eletrônicas e tapes, orgão, saxofone, violinos, violas, bateria, glockenspiel, fagote, hurdy-gurdy, baixos e muitas vozes. O CD tem três canções inciais seguidas do ciclo para funeral com oito partes entitulado I am the Ressurection and the Light. A música de Redfern and the Eyesores soa, para mim, como mistura de Michael Nyman, Univers Zéro, The Residents e Amy Denio, com toques de country antigo, folk, música erudita e minimallismo. O CD flui como uma longa suite, com grande sobreposição das várias vozes, muitas delas soprano, sobre melodias delicadas, criadas com o acordião, que transicionam para partes mais sinistras, levemente neoróticas e algo fúnebres. A combinação e sobreposição de estilos gera uma imagem borrada entre a música folk e a clássica, entre a música sacra e a secular, a música acústica e a eletrônica da mesma maneira que suas letras tentam contrapor vida e morte, sagrado e profano, alma e o corpo, arte e realidade. O CD é maravilhoso. The Perforated Veil começa com solo de jawharp (aquele fiozinho que o pessoal morde em filmes de faroest e tira um som muito louco) misturado com sintetizadores e que logo dá lugar a Queen of the Wires em que o acordião tece melodia digna da reviera francesa, muito delicada e bonita que é tocada em conjunto com violino, tambores, vozes e uma guitarazinha distorcida, para juntar algo de bizarro, e justificar o nome da banda. Myra composição que começa com grande influência da música barroca, principalmente no andamento marcado por tambores e glockenspiel. A suite I am the Ressurection and the Light é o ponto alto do CD. Começa com acordião, violino e baquetas, o desenvolvimento minimalista é remsiniscente de Michael Nyman e a superposição de vozes femininas é soberba e culmina com final frenético. As faixas vão se sucedendo até chegarmos em The Blind Spot, o ponto alto do CD, com pitticatos diversos, várias camadas de vozes, e violinos que passam de suaves e angelicais para arpejos complexos. Em Rising, os vocais lembram as sobreposições de vozes típicas do Gentle Giant. O CD termina com a longa Blue on White (reprise) que após a reprise tem mais uns 5 minutos de dissonâncias e experimentalismo. Muito criativo e agradável. Para quem gosta de R.I.O., principalmente o lado direcionado para a música erudita, não vai se decepcionar com esse CD e vai querer conhecer os outros da banda. Depois deste já peguei outros dois.
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