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O Art Zoyd já figurou entre minhas três bandas preferidas, ao lado do Univers Zéro e do Present. A carreira do Art Zoyd começou no final dos anos 60, tocando rock pesado; no meio dos anos 70 passou a tocar rock de câmera, no que veio a ser chamado de R.I.O., com um pé no rock e outro na música folclórica européia; no meio dos anos 80 veio a mistura de música acústica e eletrônica; nos anos 90 passaram para música eletrônica dominada por samplers e pads, o que ocorreu quando começaram a fazer as trilhas sonoras para os filmes mudos, começando com os filmes de Murnau; na virada do século o Art Zoyd transformou-se em escola e começaram os grandes projetos, primeiro com a Orquestra Nacional de Lille, performances com projeções e envolvendo diversos músicos, projetos comissionados para diversos compositores, etc etc etc. Les Champs des Larmes é exatamento isso, um projeto para quatro músicos tocarem grande quantidade de pads com samplers feitos por Gerard Hourbette. A música é composta por Hourbette, único membro da formação original do Art Zoyd, e Kasper T. Toeplitz, baixista e membro fundador da banda Sleeze Art. A música em Les Champs des Larmes pode funcionar bem ao vivo, junto com as projeções dos filmes para o qual ela acompanha, mas para colocar no seu CD player e “curtir” a música, não funcionou para mim. São 72 minutos de climas eletrônicos que lembram zunidos, ventos metálicos, apitos e ribombar eletrônicos. Falta a música. O pessoal que curte música concreta e ambient music de bandas como SBOTHI, HNAS, P16D4, Cinema Verite, entre outras, poderá achar esse CD interessante. Para mim, infelizmente, a criatividade do Art Zoyd parece ter acabado. |
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