Patrick Wichrowski - Eram os Deuses Astronautas - Progbrasil

Patrick Wichrowski

Brasil




Titulo: Eram os Deuses Astronautas
Ano de Lançamento: 2004
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Amyr Cantusio Jr em 21/12/07 Nota: 9.0

 

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

Não foi difícil resenhar este belíssimo trabalho que contém 4 CDS na sua apresentação reduzida de uma grande obra de 5 horas!

E isto,fato inédito ao menos no Brasil, na área da música eletrônica vintage.E ainda mais, feita pelo jovem Patrick,com poucos instrumentos de grande porte, experimentando e compondo com material simples(teclados) se comparado à um Vangelis ou Klaus Schulze.

O mais incrível é que a sonoridade deste trabalho em questão,em nada deve, insisto, em nada mesmo, aos citados,principalmente da linha setentista.

Obra prima do eletrônico brasileiro,feita na raça, que remete os ouvintes à sonoridades do citado Schulze, além de Cluster & Eno, ao Harmonia ou ao Jean Michel Jarre na fase de ouro.

Muito bem timbrado, extremamente atmosférico e ousado,Patrick não teme o uso do concretismo puro quando pega praticamente um som sintetizado de algo, e o utiliza como música.

Aqui não importa mais o equipamento, a marca ou o rótulo.O mais importante é a obra, a musicalidade, o produto final, que tem nota 10 na sonoridade e qualidade de gravação.

Eram os Deuses Astronautas será um clássico do eletrônico nacional,por causa do pioneirismo deste jovem do séc. XXI.

Com certeza não há nada igual produzido atualmente, e os anteriores, incluindo meu próprio trabalho (Alpha III Project), Eloy Fritsch ou Anno Luz, são diferentes em vários tópicos sonoros.

Patrick faz um som que tem como maior referencial o eletrônico puro europeu da era setentista, o "dreamscape" com faixas longas e hipnóticas,minimalistas seqüenciadas.

O "metafísico"está presente nos temas como "A Invasão", "Revelação" ,Aldebaran, Nebulosa,etc...

Só não presenteio este álbum com a nota 10,porque ele ainda não se encontra no estágio final definitivo.

A capa e a concepção de arte feita pelo próprio músico é belíssima, e dá o toque geral do que o ouvinte irá realmente ouvir.

Notei coisas interessantes entre meu projeto e o de Patrick, salientando que o mesmo não conhecia meu som até recentemente e que nos temas, temos muita coisa em comum como :

Alpha III( Filho dos Deuses) e Patrick(A Batalha dos Deuses).

Alpha III (Orion) e Patrick (Rumo á Órion)

Alpha III (Nébula) e Patrick (Nebulosa)

No CD 1 de Patrick a faixa número 7 se chama "A Viagem".No meu Ruínas Circulares faixa número 1 de abertura se chama "A Viagem" !!!

Muito interessante que se percebe nítidamente que bebemos na mesma mônada, numa região abissal atemporal, e isto acontece relativamente entre muitos compositores que estão sintonizados num mesmo canal emissor!

Fiquei feliz em ver que mesmo na minoria, na quase extinta verdadeira música experimental, ainda existe sangue novo e criativo pulsando .E note-se que, nem precisa se citar que no mundo todo há uma carência de música elevada.No Brasil há grandes músicos,que estão criando uma nova concepção baseada na antiga tradição.Nada se perde, tudo se transforma,diria Lavoiser.

Stockhausen acaba de falecer.A pesquisa e a vanguarda pertence ao futuro, às novas gerações.A música, a boa música que sobreviveu, ficará como um amor imortal do homem pelas estrelas, pela beleza do sentimento,pela beleza dos que conseguem extrair de dentro de si e da natureza, acordes etéricos como este.

Dizem de mim as más línguas, que sou excêntrico, polêmico, radical, etc...e tal.Mas nunca dizem que sempre me importei mais em revelar e falar sobre obras dos outros que das minhas.

Principalmente porque a música não tem proprietário.Ela é captada pela antena de um ser,num espaço tempo, e projetada pelo "arquiteto do som" que conseguir exprimi-la.

Quando falo por mim, falo como músico, porque não sou jornalista.E como ouvinte e amante da bela arte,deixo aqui esta mensagem, para que as pessoas fiquem de ouvidos antenados.Esqueçam os preconceitos idiotas, que muitos ainda conservam,pois a música não tem pátrias ou idiomas.

As vezes Beethoven mora ao lado de sua casa, e você quer ir à Alemanha para descobri-lo!

Este é um trabalho que vale a pena ser produzido e ouvido,e desejo que se possa realiza-lo o mais breve possível, para a felicidade do ouvido de muitos!


Para finalizar, deixo claro aqui,que pretendo, assim que dispor dos meios para tal, produzir este grande futuro da música eletrônica brasileira: Patrick Wichrowski !
Progbrasil