Bom, mas apenas para fãs ou admiradores do gênero
Com produção caprichada, no mesmo padrão de outros lançamentos da SPV, como os Klaus Schulze, p.ex., que tem capa em digipack triplo, encarte com fotos e textos em inglês e alemão, e o CD impresso como um vinil, com sulcos e tudo, “Wiederhörne” retorna após longo tempo fora de catálogo.
Primeiro lançamento da banda após a saída de Johannes Alto Pappert, saxofonista, e segundo com o tecladista Ingo Bischof, este disco fica bem longe de obras com “Wintrup” ou “Andy Nogger”. Não se vê aqui a mistura de influências étnicas, jazz e a base do krautrock dos primeiros anos. As composições soam burocráticas, previsíveis, com cara de fusion normótico. Existem momentos inspirados, como algumas passagens de “Yaqui Yagua”, com vocais que repetem o título da canção como “letra”, a alternância das linhas de baixo, ou então “Vollgas Ahoi” cuja levada de baixo e bateria pulsa acelerada, ainda que os temas de guitarra e, principalmente, de teclado pareçam já ter sido utilizados em coisas do Return to Forever, Passport ou Weather Report. O bônus vale pelo solo do Hellmut Hattler, como sempre.
Apesar de não estar entre as principais obras da banda, “Wiederhörne” é extremamente bem produzido, com execuções de extrema técnica, valendo a pena no mínimo conhecer.
Para quem não conhece a banda, comece pelos citados “Wintrup” , “Andy Nogger” ou o primeiro sem título. Garanto que a banda não irá lhe decepcionar. |
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