Discoteca básica, fundamental
Um álbum. Apenas um álbum foi lançado pelo Khan. E bastou. Este é simplesmente um dos melhores discos de progressivo, ou Canterbury sound, ou rock, dos anos 70. A mistura de jazz, rock, space rock, está toda ali, em sua plenitude. E estamos falando de uma banda que conta com Steve Hillage antes da carreira solo ou do Gong , Dave Stewart antes das aulas do Egg, além do ex-Crazy World of Arthur Brown, Nick Greenwood.
"Space Shanty", a música que dá título ao álbum, inicia com belos riffs de guitarra, quase hard. O que se segue é a alternância de solos de guitarra - com os timbres e delays característicos de Hillage - e teclados, com ênfase no hammond, com climas que vão do rockão ao jazz, tudo costurado pela base sólida de baixo e bateria.
Um aparente clima mais tranqüilo, com direito a um "dedilhado" de piano elétrico , acompanha a letra de "Stranded" nos primeiros minutos. Um violão com jeitão de King Crimson e o teclado, após a metade da música, quebram o bucolismo da canção, que em seguida retorna ao tema inicial.
Ainda tenho minhas dúvidas se é "Mixed up Man of the Mountains" ou "Driving to Amsterdan", que concentram as maiores referências do som de Canterbury. Pelos vocais menos agressivos acho que fico com a segunda, que tem também o maior acento jazzy do disco.
"Stargazers" pode ser considerada a mais progressiva do disco, pela cama harmônica dos instrumentos, andamentos alternados, um certo tema quebrado inicial.
A belíssima "Hollow Stone", com o clima mais space rock - apesar de todas as letras do Hillage remeterem a este tema - fecha um disco perfeito.
Indispensável a qualquer discoteca, progressiva ou não.
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