UNIVERSOM
(Valhalla 9-05-07)
A.C.J.
Começo esta dizendo que não sou jornalista. Sou músico, compositor e
apreciador da arte geral.Portanto os pontos de vista colocados aqui
são minhas análises pessoais de um contexto sócio-artístico-metafísico.
Peter Hammill, líder da banda inglesa dos anos 60-70 Van Der Graaf
Generator nasceu na Inglaterra em 1947. Com um talento incrível e ímpar na história do progressivo, este Grande músico e poeta conseguiu gravar uns 40 álbuns solo, e vários com o Van Der Graaf Generator. Aliás o seu primeiro LP de sucesso( com o Graaf) é uma obra de altíssimo nível , The Aerosol Grey Machine , 1968.
Acontece que Hammill pisa num terreno que está muito além da mente ordinária e da percepção das massas, mesmo dentro do progressivo e da música de vanguarda experimental. Seus textos falam da existência pós morte, vidas do além, fenômenos psíquicos, viagens paranormais, etc...Óbviamente a sua música tanto na carreira solo como no Van Der Graaf Generator segue um padrão similar.
A banda e o músico aqui nunca chegou a fazer sucesso estrondoso como
um Gênesis, Yes ou Pink Floyd. Porque? Na minha opinião Hammill interiormente não estava predisposto à isto.Senão teria optado por um caminho mais superficial e mais popular para poder inserir sua arte nas massas.Mas este cara é eclético e faz o que quer fazer e o que tem pra fazer.Ame-o ou deixe-o.
Para ouvir sua música, o cara tem que estar aberto mentalmente,
intelectualmente e espiritualmente.Não dá pra se ouvir sua música como ouvimos um grupo qualquer. E ademais, tem que haver uma identificação interior-proposta-ouvinte-músico, ligando-se que os interesses metafísicos se atraem, a ignorância repele.
Hammill está no patamar de um William Blake ou H.P.Lovecraft.Ou mesmo
Poe, todos amaldiçoados e colocados a margem de um sistema falido,
fudido, inoperante e cheio de imbecilidades,lotado de bugigangas de
baixo preço para consumo imediato.
Esta é a maldição de se nascer elevado numa terra de jumentos.
O objetivo desta é chamar a atenção dos interessados em evolução (no
termo holístico !) ,para esta tão grandiosa obra de um delicado,
inteligente e sensível compositor -poeta. Hammill extrai acordes maravilhosos de um piano, de uma guitarra ou violão, e sua voz é uma sinfonia de coral experimental. É incrível o que ele consegue com sua voz, lembrando que a maior parte de sua música foi composta num período de escassa tecnologia entre 67 e 78( obra básica).Em 77 o Van Der Graaf Generator dá adeus aos palcos com sua monumental obra The Quiet Zone, onde Hammill coloca sua voz como um coro de mil vozes.
Para os interessados em começar a investigar a obra deste fantástico músico, aqui vão umas deixas de trabalhos que considero top de linha:
VAN DER GRAAF GENERATOR:
Godbluff, Pawn Hearts, Still Life, H to He, The Quiet Zone.
PETER HAMMILL SOLOS:
Chamaleon in the Shadow of the Dark, Fools Mate, Nadir's Big Chance,
PH7, Black Box, In Camera, Skin, The Future Now, Over, Enter K,
Sitting Targets.
Simplesmente imperdíveis.Confiram, pois ainda está em tempo.