Marillion |
Inglaterra |
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Revisto por: Edson Carlos Silva | Nota:6.5 |
�Somewhere Else� � o 14� disco de est�dio do Marillion (10� da fase Hogarth, a minha favorita) e nos mostra ao longo de suas 10 can��es uma banda despretensiosa. Sim, despretensiosa. � sempre muito dif�cil superar logo de cara um �lbum como Marbles, que sem d�vida � TOP 3 na discografia da banda. Apesar da calmaria, as influ�ncias dos Beatles e do britpop se mant�m presentes, embora em menor escala.
Ao contr�rio do que a maioria dos f�s (inclusive eu) imaginava, o CD novo nos mostra m�sicas mais curtas, mais tranq�ilas e sem liga��es entre si. A bolacha se inicia com �The Other Half�, que Hogarth escreveu em homenagem � sua nova namorada, que traz uma can��o que come�a leve e vai crescendo, terminando com um lindo solo de guitarra de Steve Rothery. A seguir temos �See It Like A Baby�, o primeiro single da banda, m�sica mais comercial e nada de muito chamativo. Depois, temos a bel�ssima �Thankyou Whoever You Are�, que tem mais uma vez, um solo lindo de guitarra e uma melancolia nos vocais de Hogarth, caracter�stico do Marillion ao longo desses quase 20 anos. A seguir, temos uma escorregada: �Most Toys� � uma das piores can��es do Marillion. Ainda bem que � curta, pois se trata de um som totalmente descart�vel. Depois dela, a banda nos traz os dois melhores momentos de Somewhere...: a faixa-t�tulo, �Somewhere Else�, come�a num clima despretensioso e tranq�ilo sob os teclados de Mark Kelly, mas vai crescendo em emo��o e energia ao longo de seus quase 8 minutos, sendo a melhor m�sica do CD. Depois temos, �A Voice From The Past�, seguindo a mesma f�rmula da can��o anterior, mostrando o que o Marillion sabe fazer de melhor: cozinha ajustada, teclados discretos, por�m eficientes, os solos maravilhosos de Rothery e Hogarth cantando muito bem, nos brindando com seu estilo melanc�lico e maravilhoso de sempre. Depois, nova escorregada com �The Such Thing�. Descart�vel como �Most Toys�, por�m mais longa e n�o menos chata. Pulemos essa e passamos para a �tima �The Wound�, que peca apenas pelo excesso de melancolia e experimentalismo no final da m�sica, ela poderia ter pelo menos uns 30 segundos a menos. Depois dela temos �The Last Century For Man� e a bel�ssima �Faith�, que era para entrar em Marbles, mas se encaixou como uma luva em Somewhere Else, sendo a minha segunda m�sica favorita. A letra fala da f� e das perspectivas e chances que temos para alcan�armos a felicidade na vida e que deixamos escapar de nossas m�os. Um CD irregular. N�o � um cl�ssico, mas em se tratando de Marillion � sempre algo acima da m�dia da m�sica atual, mesmo abaixo do padr�o Marillion de qualidade. |
Revisto por: Sergio El Kadi | Nota:4.0 |
Poucas vezes um �lbum levou um t�tulo t�o apropriado quanto este do Marillion. Parece que a banda que eu adoro h� tanto tempo pediu o chap�u e est� em qualquer lugar, mas n�o neste disco. A banda perdeu a m�o, e chama muito a aten��o o fato deste disco surgir depois de terem lan�ado o bom Marbles (que seria �timo se fosse simples) h� tr�s anos. Ser� que nesse tempo todo eles n�o poderiam ter composto coisas mais convincentes?
Isso mesmo, eu escrevi "convincentes". Este disco simplesmente n�o convence, apesar de alguns poucos bons momentos. Na maior parte do tempo, a banda parece n�o ter no��o do que quer, e fica enrolando, sem dire��o, sem paix�o. Muitas melodias lembram os Beatles, mas o resultado � muito aqu�m do que se espera, porque sobram melancolia, m�sicas em tons menores, efeitos de sintetizadores que n�o acrescentam nada. Nenhum integrante est� bem no disco, parece que a inspira��o foi pra algum outro lugar. O Rothery, na maior parte do tempo, n�o � sombra do grande guitarrista que j� foi. O estilo que ele usa neste disco lembra o do Anoraknophobia, mas sem a mesma inspira��o, e ele aparece muito pouco. O Trewavas na maior parte do tempo foi pra algum outro lugar e nem aparece direito no disco. O Mark Kelly se limita a algumas linhas de piano que puxam pro jazz e que s�o pra l� de melanc�licas, al�m de teclados b�sicos. O Ian Mosley at� que tenta algo diferente, mas podia ser o Neil Peart na bateria, a m�sica n�o ajuda. E o Hogarth t� cantando mal, variando demais entre sussurros e tons altos que nunca foram seu forte. Sobre as m�sicas, o in�cio do disco � complicado. A primeira, "The Other Half", at� passa, um rock meio melanc�lico com um bom solo de guitarra. "See It Like a Baby", o single, n�o empolga, tem um refr�o que se limita a repetir o t�tulo da m�sica de forma intermin�vel. "Thank You, Whoever You Are", � uma balada bem feita, mas que n�o acrescenta muito ao disco. "Most Toys" � outro rock muito repetitivo com resultado question�vel. A coisa melhora no miolo do disco, que apresenta duas m�sicas que come�am com clima bem calmo (e chato) e progress�o constante (resultando em momentos bem melhores). A faixa-t�tulo � disparado a melhor do disco, apesar dos malabirismos vocais desastrados do Hogarth. Ela vai crescendo numa melodia t�pica dos Beatles (mas que n�o faz o John Lennon se remexer em seu t�mulo), e tem um final contundente sem muitos malabarismos, com a banda fazendo m�sica progressiva de verdade (alguns trechos me lembram a �tima "Ocean Cloud") e apresentando algumas novidades na composi��o, com v�rios sons sutis formando bons arranjos. � o �nico momento do disco que n�o fica devendo para a hist�ria da banda. "Voice from the Past" � uma boa can��o e que tem mais ou menos a mesma estrutura da anterior, mas n�o atinge os mesmos resultados, principalmente porque o Hogarth volta a cantar muito mal. Em compensa��o, h� um bom solo de guitarra, ainda que curto. "No Such Thing" � outra faixa melanc�lica e que n�o diz nada, com um riff de guitarra chato e repetitivo, letras repetitivas, completamente dispens�vel. "The Wound" tem um clima mais pra cima, um rock com boas melodias, boas varia��es e performance acima da m�dia do disco, e � minha segunda preferida no geral; pena que ela descamba para um clima mais uma vez melanc�lico e que n�o � ruim, mas � maior do que deveria. O final do disco traz mais uma pisada na bola. "Last Century for Man" mostra o Hogarth querendo dar uma de Jon Anderson com suas letras dirigidas ao inconsciente coletivo em busca de um mundo melhor. N�o gosto de tudo o que o Anderson fez neste sentido, mas ele mais acerta do que erra. O Hogarth mesmo j� fez coisa parecida (n�o t�o explicitamente) em "Man of a Thousand Faces" (do disco This Strange Engine). Entretanto, desta vez ele errou feio. A m�sica � chata, o refr�o � mais chato ainda, e o som n�o se parece com nada do que o Marillion j� fez. Finalmente, "Faith" � uma sobra do Marbles que tenta fechar o disco como "Made Again" faz no Brave. Uma balada bonita, mas sem a mesma inspira��o de "Made Again", e que fecha um disco sem inspira��o. Somewhere Else tem os dois defeitos dos considerados piores discos da banda, a sonoridade question�vel de parte do Radiation e a falta de inspira��o de parte do .com, e por isso considero este novo trabalho o pior que a banda j� lan�ou. � um disco em que quase nada se salva (a n�o ser pela faixa-t�tulo, e mesmo assim com algumas ressalvas), e que n�o ouvirei muitas vezes. |